domingo, 12 de junho de 2011

FRONTEIRIÇOS

Sempre digo que nós, da Fronteira Livramento/Rivera, somos donos, trazemos na nossa genética, pelo menos quatro culturas diferentes e isso, pelo menos para mim, é motivo de orgulho e razão até para que eu me sinta superior mesmo. Primeiro, sou brasileiro, nasci no Brasil, estive no Exército, vivo, moro e trabalho no Brasil. Segundo, tambem sou do Uruguay, meu pai era uruguayo, falo espanhol, aprecio muito o Sistema Politico e Penal uruguayo, funcional mesmo, alem da música e culinária hermana. Terceiro, sou Fronteiriço, uma cultura que é só nossa, da Fronteira. Essa coisa de falar em portugues, ser contestado em outro idioma, espanhol, ou vice-versa, e comprender perfeitamente o que está sendo dito é uma caracteristica só nossa. Isso vale ouro. Por fim e mais importante, tambem sou natural da Republica Federal do Pampa, la pátria gaucha e nesse caso nós, de Livramento/Rivera, habitamos exatamente o centro, o coração da Pátria Gaucha. Saímos pelo Uruguay, entramos pela Pampa argentina, atravessamos o Rio Paraná e nos embrenhamos no Paraguay. Vamos até Assunción, voltamos ao Brasil, tanto pelo Paraná como por Santa Catarina e retornamos ao Rio Grande. E sempre dentro da Pátria Gaucha, com churrasco, mate, violão, gaita, vaneras, milongas e chamames. Para nosotros, gauchos, no hay fronteras. Para quem não é daqui, acha que só porque alguem nasce no Rio Grande do Sul é gaucho. Mas não é bem assim, é preciso conhecer os fatos, a História. Na hora do vamos ver, quando os meninos são separados dos homens, uma parte do Rio Grande preferiu se curvar ao Império, foram até "leais e valorosos", verdadeiros capachos do Império. E isso precisa ser dito, falado, para que cada um saiba quem é, de onde vem e principalmente, para onde vai. Por outro lado, nós, de Livramento/Rivera, conhecemos bem as palavras dos vivaldinos, dos malandros, dos 171: "el avivado vive del tonto y el tonto, de su trabajo". Arlindo Coitinho escreveu sobre isso. Esse momento que estamos vivendo agora é passageiro, dos dois lados da Fronteira. É um momento em que los avivados é que se dão bem e os tontos se ferram. Essa politica do Bolsa isso, Bolsa aquilo, é para fugir das verdadeiras responsabilidades, que é criar condições de Educação, Saúde e Trabalho satisfatórias para a população. As Bolsas foram criadas por alguem que chamou os aposentados do Brasil de vagabundos. Mais vagabundo ainda foi ele que não fez o que se esperava de um Presidente, pois embora tenha domado a inflação, deixou a desejar em várias áreas. Segurança foi uma delas e agora propõe até a liberação da maconha. É desse tipo de gente, que ganha a vida em cima dos tontos, no lero-lero, que precisamos nos livrar. E vamos nos livrar, em breve.          

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