segunda-feira, 21 de novembro de 2011

DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA

20 de Novembro de 1695 – morria Zumbi, do Quilombo de Palmares, no sertão alagoano.

13 de Maio de 1888 – os escravos alcançam a Liberdade em um Decreto Imperial da Princesa Izabel.

Quase duzentos anos se passaram desde que Zumbi foi degolado por capitães do mato, caçadores de negros fujões, até que a Princesa Izabel editasse seu Decreto Libertador. Zumbi fora denunciado por um antigo companheiro de fuga e de Quilombo. Mas será que os negros realmente foram libertados? Penso que foi apenas uma libertação política. Mas economicamente, negros, índios, pardos e brancos sem posses, continuam tão escravos como dantes. Sim, você tem o direito de ir e vir. Pode ir para qualquer lugar que desejar, desde que você possa. Mas e do ponto de vista econômico, do dinheiro, alguém pode afirmar que é verdadeiramente Livre? Muito poucos podem falar que tem o privilégio de poder dizer: eu vou para onde eu quero, a hora que eu quero e como eu quero. Mas nesse 20 de Novembro de 2011, dia Nacional da Consciência Negra, temos sim o que comemorar. Temos uma política nacional de cotas para negros e índios nas nossas universidades públicas. Inicialmente combatidas por muitos, tem-se agora o entendimento da necessidade de sua aplicação, pois sem elas nenhum negro, índio, pobre e marginalizado poderia colocar os pés numa universidade. Agora já o podem. Nesse 20 de Novembro quero aqui render homenagens não só ao valoroso povo negro, dos guerreiros, das lutadoras, em especial às mulheres, grandes guerreira que enfrentam dia após dia, silenciosamente, a luta, a guerra que é cuidar de uma família, dos filhos, do marido, em um mundo tão desigual, tão desumano, com muitos idiotas que ainda conseguem ver diferenças nas pessoas, apenas pela cor da sua pele. Nossos respeitos a todos aqueles que conseguem passar por cima do preconceito, do seu próprio preconceito e falar, com a calma e a serenidade dos justos: MEU IRMAO, quando se referem a um afro-brasileiro. Para quem já leu CASA GRANDE E SENZALA, de Gilberto Freyre, BRASIL MESTIÇO, de Eduardo Fonseca Jr e O POVO BRASILEIRO de Darci Ribeiro, sabe que a tão sonhada, pelos acadêmicos, integração racial brasileira é falsa. A integração de fato só ocorre na cama, fora dela a discriminação é geral, ampla e irrestrita. Enquanto não encararmos de frente esse problema não formaremos um Brasil mais justo, mais humano, mais nosso. Devemos, portanto, Paulo Coelho, render nossas homenagens nesse 20 de Novembro a um grande brasileiro, que luta incansavelmente para diminuir essa distancia que nos separa socialmente, pela Educação. Frei Chico, o autor do Projeto de Cotas para Negros nas Universidades Públicas e que logo renderá seus devidos frutos. Parabéns Frei Chico, parabéns a todos os brasileiros que lutam contra a desigualdade racial e contra todo o tipo de discriminação que possa haver.

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