Nessa data comemoramos 122 anos da jovem Republica Federativa do Brasil. Republica essa que se iniciou, infelizmente, com canhões no Paço Imperial, sob o comando de Deodoro da Fonseca, o primeiro presidente da Republica Unida do Brasil. Deodoro deu inicio ao que conhecemos hoje como Republica Velha, que começa com a Republica das Espadas, governos de militares, depois a política dos governadores, a do café com leite, dominada por SP, Minas e RJ. E ela sucedeu a Aliança Liberal, o coronelismo e a Revolução de 30. Desse período é que nos vem nomes como Florianópolis (homenagem a Floriano Peixoto), Prudente de Moraes, Campos Salles, Rodrigues Alves, Affonso Penna, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Wenceslau Braz, Delfim Moreira da Costa Ribeiro, Epitácio Pessoa, Artur Bernardes e Washington Luis. Com ele se encerra a Republica Velha. É a chegada de Getulio Dorneles Vargas ao poder. Poder esse que ele exerceria até 1945, pela via não-democrática, ditadura mesmo, do Estado Novo, um período duro na Republica do Brasil. Mas se é duro por um lado, com repressão política, prisões e mortes, por outro lado é um período de grande desenvolvimento para a sociedade brasileira. Direitos Trabalhistas, Voto Secreto e Voto da Mulher, são conquistas da Revolução Constitucionalista de 32. Mais tarde a criação da CSN, Cia Siderúrgica Nacional de Volta Redonda, a Cia de Petróleo Brasileira, a Petrobras e muitas outras obras são oriundas desse tempo. Getulio, embora ditador, foi tão importante para a Republica Federativa do Brasil que, depois de deposto pelo Marechal Dutra, que voltou da guerra na Europa vitorioso, retorna à vida política da Republica pelo voto direto em 1950, com uma espetacular vitoria nas urnas. Dizia ele, para o seu Ataliba, em Santa Maria, e outros milhões de brasileiros Brasil afora: “só o amor constrói, eternamente”. Esse amor com o Brasil e os brasileiros durou até 24 de Agosto de 1954, quando pronunciou outras inesquecíveis palavras: “saio da vida para entrar na História”. E entrou, para sempre. Nenhum outro presidente brasileiro teve o carisma, a empatia e a importância que Getulio Vargas teve para os brasileiros. Vargas também faz parte do chamado Período Populista, com Juscelino Kubitschek de Oliveira e outros, como Janio Quadros e João Goulart. Com os militares em 1964, começa o período da Republica Nova, encerrado em 1985, com a vitoria de Tancredo Neves, ainda no Colégio Eleitoral, forma indireta de se escolher os presidentes da Republica Nova. É lamentável, senhores que ainda hoje, se repitam comportamentos como aqueles que antecederam 1964 e de tão tristes lembranças para todos nós. Está faltando sim aos nosso administradores e atores políticos de hoje a grandeza, a responsabilidade de saber que, “ganhar” uma eleição não significa um salvo conduto para fazer o que bem entendem, locupletando-se a seu bel prazer. Estamos a viver hoje o mais longo período democrático da Historia do Brasil, mas que nos custou muito caro, não só em vidas, mas em liberdade individual, crescimento e desenvolvimento político, social e econômico, pois uma ditadura, ainda que breve, 20 anos apenas, nunca é bom para ninguém. Imaginem se tivéssemos uma ditadura socialista, como era a vontade de muitos, que hoje ocupam o poder de forma democrática e ordeira. Somos uma Republica jovem, 120 anos apenas, mas desde que somos Republica já tivemos 3 ditaduras. Com Floriano, Getulio e os militares. Oxalá não precisemos de uma quarta para reafirmar nossas vocações democráticas. Que possamos nos inspirar na maior de todas as Republicas que já houveram no mundo, a Romana, e criarmos a sociedade que todos queremos, com Trabalho, Segurança, Saúde e Educação para todos. Particularmente, penso que não precisava ser assim, mas infelizmente, aqui é Brasil, pouco ou nada se negocia, quase sempre as coisas vão para o tudo ou nada. Poderíamos ser o Reino Unido do Brasil, com um presidente eleito mas com a sempre segura “benção do Rei”, que seria um guardião da Democracia, para quando as coisas tomassem rumos instáveis. Provaríamos para todos que podemos sim ser uma povo culto, evoluído e desenvolvido, sem os eternos “donos do poder” que nos governam e que acabam por fazer do Palácio da Alvorada uma extensão de suas casas, pois eles mesmos afirmam abertamente: “poder não se abandona”.
É perigoso para a Democracia quendo, alguem querendo que alguma coisa realmente aconteça, tenha que dizer em alto e bom som que tal coisa, é "apartidária", caso contrário, não anda, não prospera. É lamentável, pois é quando deixamos de acreditar nas instituições politicas e esperamos por um ditadura. Outra vez.
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