terça-feira, 15 de novembro de 2011

15 DE NOVEMBRO DE 1889

Nessa data comemoramos 122 anos da jovem Republica Federativa do Brasil. Republica essa que se iniciou, infelizmente, com canhões no Paço Imperial, sob o comando de Deodoro da Fonseca, o primeiro presidente da Republica Unida do Brasil. Deodoro deu inicio ao que conhecemos hoje como Republica Velha, que começa com a Republica das Espadas, governos de militares, depois a política dos governadores, a do café com leite, dominada por SP, Minas e RJ. E ela sucedeu a Aliança Liberal, o coronelismo e a Revolução de 30. Desse período é que nos vem nomes como Florianópolis (homenagem a Floriano Peixoto), Prudente de Moraes, Campos Salles, Rodrigues Alves, Affonso Penna, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Wenceslau Braz, Delfim Moreira da Costa Ribeiro, Epitácio Pessoa, Artur Bernardes e Washington Luis. Com ele se encerra a Republica Velha. É a chegada de Getulio Dorneles Vargas ao poder. Poder esse que ele exerceria até 1945, pela via não-democrática, ditadura mesmo, do Estado Novo, um período duro na Republica do Brasil. Mas se é duro por um lado, com repressão política, prisões e mortes, por outro lado é um período de grande desenvolvimento para a sociedade brasileira. Direitos Trabalhistas, Voto Secreto e Voto da Mulher, são conquistas da Revolução Constitucionalista de 32. Mais tarde a criação da CSN, Cia Siderúrgica Nacional de Volta Redonda, a Cia de Petróleo Brasileira, a Petrobras e muitas outras obras são oriundas desse tempo. Getulio, embora ditador, foi tão importante para a Republica Federativa do Brasil que, depois de deposto pelo Marechal Dutra, que voltou da guerra na Europa vitorioso, retorna à vida política da Republica pelo voto direto em 1950, com uma espetacular vitoria nas urnas. Dizia ele, para o seu Ataliba, em Santa Maria, e outros milhões de brasileiros Brasil afora: “só o amor constrói, eternamente”. Esse amor com o Brasil e os brasileiros durou até 24 de Agosto de 1954, quando pronunciou outras inesquecíveis palavras: “saio da vida para entrar na História”. E entrou, para sempre. Nenhum outro presidente brasileiro teve o carisma, a empatia e a importância que Getulio Vargas teve para os brasileiros. Vargas também faz parte do chamado Período Populista, com Juscelino Kubitschek de Oliveira e outros, como Janio Quadros e João Goulart. Com os militares em 1964, começa o período da Republica Nova, encerrado em 1985, com a vitoria de Tancredo Neves, ainda no Colégio Eleitoral, forma indireta de se escolher os presidentes da Republica Nova. É lamentável, senhores que ainda hoje, se repitam comportamentos como aqueles que antecederam 1964 e de tão tristes lembranças para todos nós. Está faltando sim aos nosso administradores e atores políticos de hoje a grandeza, a responsabilidade de saber que, “ganhar” uma eleição não significa um salvo conduto para fazer o que bem entendem, locupletando-se a seu bel prazer. Estamos a viver hoje o mais longo período democrático da Historia do Brasil, mas que nos custou muito caro, não só em vidas, mas em liberdade individual, crescimento e desenvolvimento político, social e econômico, pois uma ditadura, ainda que breve, 20 anos apenas, nunca é bom para ninguém. Imaginem se tivéssemos uma ditadura socialista, como era a vontade de muitos, que hoje ocupam o poder de forma democrática e ordeira. Somos uma Republica jovem, 120 anos apenas, mas desde que somos Republica já tivemos 3 ditaduras. Com Floriano, Getulio e os militares. Oxalá não precisemos de uma quarta para reafirmar nossas vocações democráticas. Que possamos nos inspirar na maior de todas as Republicas que já houveram no mundo, a Romana, e criarmos a sociedade que todos queremos, com Trabalho, Segurança, Saúde e Educação para todos. Particularmente, penso que não precisava ser assim, mas infelizmente, aqui é Brasil, pouco ou nada se negocia, quase sempre as coisas vão para o tudo ou nada. Poderíamos ser o Reino Unido do Brasil, com um presidente eleito mas com a sempre segura “benção do Rei”, que seria um guardião da Democracia, para quando as coisas tomassem rumos instáveis. Provaríamos para todos que podemos sim ser uma povo culto, evoluído e desenvolvido, sem os eternos “donos do poder” que nos governam e que acabam por fazer do Palácio da Alvorada uma extensão de suas casas, pois eles mesmos afirmam abertamente: “poder não se abandona”.

É perigoso para a Democracia quendo, alguem querendo que alguma coisa realmente aconteça, tenha que dizer em alto e bom som que tal coisa, é "apartidária", caso contrário, não anda, não prospera. É lamentável, pois é quando deixamos de acreditar nas instituições politicas e esperamos por um ditadura. Outra vez.  

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