sábado, 13 de março de 2010

ERA UMA VEZ...

“Era uma vez uma aldeia, com sua população orgulhosa e cheia de brios, dignidade e vontade de fazer a diferença, que ajudou a fazer a guerra mais temida, mais longa e mais aguerrida dessa nação, a Guerra dos Farrapos. Aquela gente nos deixou lições de vida, de honra e de liberdade. Porem, com o passar dos anos, essa aldeia, que se tornou uma Fronteira, foi perdendo seus brios, sua dignidade e suas honradas qualidades. Tanto é que vemos uma cidade abandonada a sua própria sorte, sendo hoje mais conhecida como cidade do já teve ou cidade do já foi. E o que é pior, percebemos que o principal responsável pelo abandono, pela tristeza e pela miséria, são os políticos que tem governado essa cidade nos últimos tempos. A idéia que prevalece é a do “vamos nos dar bem, vamos ficar ricos”, porque aqui ninguém reclama seus direitos, todos são omissos e é muito fácil manipular esse povinho.

Penso que é hora de se mudar essa realidade. É o momento de se unir. Sim, da população se unir. Como um dia nossos antepassados se uniram e se fizeram ouvir longe, se fizeram respeitar por todo o território. Devemos limpar nossa cidade. Em todos os sentidos. Descartando o que não presta. Na política e no modo de pensar, na inércia da população que insiste em não se mexer para “não se incomodar”. Essa inércia é que está causando o atraso de Livramento. Hoje não temos mais fábricas, lojas, trem. Os turistas não vem mais aqui, só para o lado de lá. Não podemos nos iludir que a cidade-irmã nos ajudará, trazendo turistas, pois estes vem aqui somente para dormir. O dinheiro mesmo fica todo do lado de lá do Parque Internacional. São como pássaros que só voltam ao ninho, no final do dia, quando anoitece, para descansar. Alem disso, não podemos nos esquecer do abandono, da sujeira, dos buracos, das crianças e adultos pedindo esmolas nas ruas, das pessoas sem trabalho. Do descaso com a população, quando o único hospital publico da cidade fecha suas portas por má administração, descalabro e descuido do poder publico. Do desrespeito à população, em filas que não acabam, até para pagar seus impostos, porque a Administração simplesmente nem entregou os carnês.

Assim, chego a uma triste conclusão: que Sant’ana do Livramento, uma aldeia que virou Fronteira, que já foi grande, que lutou bravamente, hoje, aceita, passivamente, o descaso, o descalabro que os políticos causam a sua população. E esta, com sua inércia, apenas reverbera, sem se mover, sem reagir, como os antepassados gloriosamente fizeram. Antepassados esses que perseveraram e se impuseram, como cidadãos, numa época em que o cavalo e o bridão eram o meio de transporte mais rápido, onde os cargueiros eram as carretas com bois, hoje substituídos por velozes e modernos caminhões. Por saber que temos na genética, qualidades incontestáveis, por hora adormecidas, é que sei que em breve chegará o dia de tocar clarins, de desenterrar os brios, a dignidade, a vontade de lutar e mudar essa realidade que Sant’Ana está presenciando. Ainda não é o ultimo suspiro, ainda há esperança, ainda há o que se fazer...”

Ass. Luz – Uma universitária

2 comentários:

  1. Pura verdade!! Isso esta fazendo a população ir embora. Amamos nossa cidade e temos esperança que ela melhore.Parabens pelo programa e pelos textos.

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